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Capítulo 8
O Primeiro Beijo
Passaram-se alguns dias,
desde que encontrara Mike e Mary na loja. Desde então, nunca mais a tinha visto,
nem ao Mike mas também não a tinha esquecido. De dia pensava nela, de noite
sonhava. Isto quando conseguia adormecer, porque dormir mesmo a noite inteira,
começava a ser uma raridade! Agora era sempre assim, pouco ou nada dormia, não
importava se estava muito ou pouco cansado. Não parava de pensar nela…
Uma hora após ter acordado, levantei-me. Estava cansado de dar voltas na cama vazia. Como não conseguia dormir, fui para a praia pescar. Era o melhor que podia fazer, pelo menos distraía-me com a linda paisagem. Mais tarde, iria surfar à hora combinada sob as instruções de Andy. Este era o plano. No entanto, eu não estava sozinho naquela praia como pensava, porque sem que eu esperasse umas mãos vendaram os meus olhos.
Uma hora após ter acordado, levantei-me. Estava cansado de dar voltas na cama vazia. Como não conseguia dormir, fui para a praia pescar. Era o melhor que podia fazer, pelo menos distraía-me com a linda paisagem. Mais tarde, iria surfar à hora combinada sob as instruções de Andy. Este era o plano. No entanto, eu não estava sozinho naquela praia como pensava, porque sem que eu esperasse umas mãos vendaram os meus olhos.
─ Quem és? ─ Perguntei,
mas ninguém me respondeu. Então, como desejava que fosse Mary, arrisquei e
disse o seu nome. ─ Mary?
─ Como soubeste que era
eu?! ─ Disse ela saindo de trás de mim, surpreendida.
─ É fácil, o toque é feminino.
As mãos das mulheres são mais suaves.
─ Humm, muito espertinho,
tu! O que fazes aqui a esta hora, ainda nem amanheceu!
─ Não tinha sono e vim
pescar para descontrair. É bom para acalmar a mente. ─ Respondi.
─ Ui, o que é que te anda
a tirar o sono? Não me digas que sou eu! ─ Disse na brincadeira.
─ Claro, que não... Só
estou ansioso com o campeonato, é isso. ─ Respondi com uma meia verdade. Estava
surpreendido com a percepção de Mary. Como podia ela saber?! Conhecíamo-nos
havia poucos dias e ela já percebera meus sentimentos! As mulheres tinham uma
intuição excepcional, realmente. "Boa, Jake, realmente és muito bom a guardar
segredos. Idiota!", suspirei censurando-me em pensamento.
─ Estás mesmo preocupado!
Que campeonato é esse, também posso participar?! ─ Perguntou Mary com
entusiasmo.
─ É mais ansiedade o que
sinto, do que preocupação. O campeonato de que estou a falar, é de surf e
realiza-se nesta praia daqui a 14 dias, do qual sou participante. Era porreiro
se entrasses! Praticas surf?
─ Não, mas gostava. Mas
tudo bem, não posso. O meu pai também não me deixava.
─ Então porquê? ─
Perguntei interessado.
─ Não é óbvia essa
resposta?!
─ Não.
─ Ok, está bem, eu explico.
É porque sou uma mulher, Jake.
─ E o que é que tem de
seres mulher?
─ A minha família é muito
tradicionalista, conservadora. Os meus avós são judeus e quando se deu a
segunda guerra mundial, fugiram da Alemanha e vieram no porão de um navio para cá.
Vinham cheios de esperança para começar uma nova vida. América, o país da
liberdade e da realização dos seus sonhos.
─ E os teus avós que
vieram para cá, eram paternos ou maternos?
─ Eram paternos, os meus
avós maternos já cá estavam e eram amigos da família dos meus outros avós.
Foi assim que os meus pais se conheceram, ficaram noivos e casaram. Seguiram os
preceitos judaicos a rigor e transmitiram-me esses mesmos valores.
Eu ouvia-a atentamente e a
cada palavra, a cada movimento do vento nos seus longos cabelos ondulados
louros, deixava-me mais apaixonado por aquela jovem que era prima do meu melhor
amigo: Mary. Até que um peixe mordeu o isco e a história foi interrompida! Numa
grande animação tirámos o peixe de dentro de água, Mary prontificou-se a ajudar
sem que lhe pedisse auxílio. Ela era dinâmica, activa, cheia de iniciativa e
muito perspicaz também. O vestido esvoaçava levemente com os seus movimentos e revelava-me
a perfeição do seu corpo de mulher. Seus seios eram redondos, mas não muito
grandes, a cintura era fina e bem delineada, assim como as suas coxas e pernas.
Pareciam terem sido esculpidas por escultores célebres da história da arte,
tais como Miguel Ângelo, ou Leonardo Da Vinci. Suspirei fechando os olhos
apreciando o momento, sem ela perceber, até que houve um movimento imprevisível
a manejar a cana que nos enrolou um no outro, no fio de pesca. Os nossos corpos
tocavam-se e as nossas bocas roçaram-se por breves instantes, numa
respiração quente e ofegante. Senti os seus seios redondos, aumentarem de volume de
encontro ao meu peito musculado, naquele momento de excitação. Então parámos e
ao olharmo-nos nos olhos ficámos em silêncio. A lua iluminava os belos olhos de
Mary, verdes como o mar e as nossas bocas uniram-se num longo beijo apaixonado.
E que beijo, meu Deus! Tão doce. Tão quente, molhado, intenso deixando-me muito
excitado, mas no momento em que minhas mãos avançavam precipitadas pelos seus seios,
ela empurrou-me e já desembaraçado do fio desequilibrei-me e cai no chão.
─ Tenho de ir... ─ Declarou,
saindo a correr subitamente.
─ Mary... ─ Chamei-a, mas
ela não respondeu e desapareceu em direcção a casa.
Fechei os olhos e
deixei-me ficar deitado, a recordar o momento vezes sem conta. Mas por outro
lado, fiquei confuso. Teria ela ficado chateada por causa do nosso beijo...? Ou
ela empurrou-me e fugiu por ter gostado? Claro que ela não tinha gostado, fui
demasiado ousado e atrevido!
─ Jake, és um idiota! ─
Murmurei sentado na praia. ─ Estraguei tudo com a Mary... ─ e dizendo isto, as
lágrimas molharam o meu rosto. Limpei-o em seguida, já era dia e o sol estava a
nascer. Andy, acordara e eu não queria que ele me visse assim.
─ Bom dia, puto! Já cá
estás? ─ Perguntou Andy ao abrir a porta da sua casa.
─ Olá, Andy. Bom dia. ─
Respondi pensativo e comecei a arrumar o material de pesca. A linha estava
partida e tinha deixado o peixe fugir.
─ Estás aí há quanto
tempo? ─ Perguntou.
─ Desde as 4h30...
─ Madrugaste hoje! O quê, caíste
da cama abaixo, foi? - Brincou. ─ Tens de controlar essa tua ansiedade.
─ Pois tenho...
─ Anda daí, vem tomar o
pequeno-almoço comigo.
─ Obrigado, Andy, mas não
tenho fome. Desculpa.
─ Hoje estás esquisito. O
que se passa contigo? Foi a tua mãe?
─ Não, não foi nada. Está
tudo bem. Vamos treinar?
─ Ok, ok, hoje não estás com
muita disposição para conversas. Não é? Estou a compreender-te. ─ Dizendo isto,
fez um gesto para eu ir andando. ─ Vai.
Ele já iria ter comigo
depois do pequeno-almoço e obediente, fiz o que ele me indicava com o gesto. Peguei
na prancha e nadei com ela até onde costumava ir, para cavalgar nas ondas.
Depois, esperava e concentrava-me profundamente. Eramos só nós, o céu, o mar, a
brisa, Deus e eu. Para mim o sol era a face de Deus, ou pelo menos era assim
que eu pensava.
Tentei esperar por Andy,
mas hoje estava demasiado nervoso, impaciente. Sentia-me confuso e perturbado,
mas também muito apaixonado.
Logo depois chegou o Andy
que foi ajudar-me a desenvolver-me nos tubos. Adorava fazer isto, entrar dentro
das ondas. Era espectacular!
E assim começava o meu
dia, seguindo para casa para almoçar, regressando depois à tarde para surfar novamente.
Mas hoje, não me estava a apetecer ir para casa. Com a sorte que estava a ter, ainda
ia dar de caras com o Mike que depois, provavelmente, me pediria contas por
causa de Mary. Afinal eles eram primos direitos... Talvez devesse ficar com Andy
e tentar dormir ali, pois esta noite não pregara olho por estar a pensar em
Mary. E a lembrança daquele beijo veio à minha mente, outra vez. Foi tão quente
que quando penso no beijo, ardo por dentro. Terei errado tanto assim?
Agora mais do que nunca
tinha a certeza, era Mary a mulher da minha vida. No meio destes pensamentos,
distraí-me e perdi o equilíbrio caindo ao mar. Vi Andy bracejar à beira do mar,
mas como estava tão absorto nos meus pensamentos não percebi o que ele dizia e
bati contra outro surfista que estava perto. O nome dele era Dilan.
─ Hey, estás cego ou quê,
meu? Vê mas é para onde vais!
─ Desculpa, Dilan. Não te
vi, estava distraído…
─ Distraído?! Estás a
precisar é de estar com uma mulher, isso sim!
Não lhe dei resposta e
remei até à praia. Andy, que tinha assistido a tudo, perguntou imediatamente:
─ O que foi aquilo, puto?
Passaste-te?!
─ Distraí-me…
─ Distraíste-te? Ouve lá,
faltam duas semanas para o campeonato. Não te podes simplesmente distrair,
Jake! Concentra-te, meu.
─ Desculpa, não volta a
acontecer.
─ Vê se atinas!
Andy deu-me um enorme
sermão. Ele tinha razão, tinha de concentrar-me, ou poderia esquecer o
campeonato. Perguntou-me o que se passava comigo e eu contei-lhe a verdade,
falei-lhe de Mary e no que tinha acontecido.
─ Ah, então é isso! Encontraste-a.
Compreendo, mas não te preocupes. Ela volta.
─ Achas?
─ Sim, dá-lhe tempo. Ela
assustou-se, provavelmente, está confusa também. Isso passa!
Depois desta conversa
esclarecedora, fui para casa dormir, ou pelo menos tentar. Precisava descansar,
mas desta vez dormi mesmo. Foi toda a tarde.
Fui acordado pelo
telefone, que tocava insistentemente. Atendi, mas ao levantar o auscultador
desligaram do outro lado da linha sem que eu tivesse tempo de falar. Praguejei aborrecido
e após por o auscultador no local, vi debaixo da porta da rua um papel dobrado.
Intrigado, cocei o queixo proeminente
e bem barbeado, apanhei a folha de papel do chão, que estava dobrada em duas e li-a. Nela
estava escrito o seguinte:
“Jake,
Vem ter comigo à praia ao
pôr-do-sol.
Precisamos conversar.
Mary”
Guardei o bilhete no bolso
dos calções e fui para a praia espera-la. Estava na hora.
Olá amiga
ResponderEliminaracabei de ler os capítulos que não havia lido ainda, esta estoria esta cada vez mais quente, aguardando os próximos e torcendo para que os dois se acertem, apesar das diferenças. Beijinhos.
A história continua linda
ResponderEliminarDesejo um Domingo muito feliz
Abraço
Olá boa tarde tudo bem com você?
ResponderEliminarHoje nossa missão é lhe convidar a receber um lindo selinho, mas você é livre para aceitá-lo ou não.
Se gostar leve-o consigo.
( http://quandovocevier.blogspot.com.br/2013/07/nosso-primeiro-selinho.html )
Deixamos aqui nosso carinho ...
Beijos
Rafa e My
Vamos aguardar então dona Mary resolver dar outro beijo em Jake...
ResponderEliminarCuriosa...
Beijos
Vou ter de ler os que perdi, senão vou me atrapalhar toda.
ResponderEliminarVou voltar aos poucos e ir lendo um por um.
Estou em reformas em casa, mal tenho tempo de entrar e postar nos blogs, hoje tirei um tempinho só pra isso ...
Fico feliz em ver você de volta Cris, você faz-nos falta ...
Abraços e carinhos
Mynda
Oi Cris,
ResponderEliminarboa tarde,
um texto agradavél,
eu adorei ler,
um capítulo muito bom para desfrutar,
(Eu vou voltar para o segundo beijo e competição)
Desejo-lhe uma linda terça-feira
um abraço e um beijo
Oi Cris :)
ResponderEliminarQue capítulo evolvente.
Sempre fico curiosa pra saber o desenrolar da história.
Bjs!
Puxa!!! agora aguardar o proximo domingo só para saber o desfecho...
ResponderEliminarInteressantíssimo tudo!
bjs
Ritinha
À você dedico:
ResponderEliminarDia 25 de julho – Dia do Escritor
Como dizia Pablo Neruda:
“Escrever é fácil:
Você começa com a letra maiúscula e termina com um ponto final, no meio você coloca as idéias”
bjs
Ritinha
Que historia a dela hem adorei...e claro mais um capitulo sensacional.
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