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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Capítulo 18 - Nathaniel Stein

http://jakeemary.blogspot.com/, Jake e Mary, Cris Henriques
Imagem aqui.


Capítulo 18


Nathaniel Stein



Sábado, segundo dia do Campeonato de Surf, da Praia de Huntington. As provas desse dia correram-me muito bem, apesar de ter dormido pouco na noite anterior… Porém, estava concentrado e confiante. Fazer amor com Mary, reequilibrava-me as energias a vários níveis. Sentia-me sempre renovado. Consegui fazer alguns drops, um swell e um tubo, o que me remeteu directamente para a primeira posição Ex équo com o concorrente Australiano, Tommy Storm.

Desta vez, vieram todos assistir! A minha Mãe, Andy, Mike, todos os meus amigos e colegas do liceu, a Mary e o primo dela, o Nate. Estava feliz, embora não fosse do meu agrado ver os olhares cúmplices que ele trocava com ela, nem tão pouco vê-lo com o braço dele sobre os seus ombros e mais tarde, envolvendo a sua cintura… Imediatamente, o fogo intenso dos ciúmes queimou-me o peito. Contudo, ao terminar o concurso, Mary correu para os meus abraços e abraçou-me, dizendo:

─ Parabéns! Foste formidável ─ e dizendo isto, beijou-me no rosto, preservando a sua imagem imaculada perante toda a gente. Depois segredou-me ao ouvido:

Tudo o que mais queria agora era beijar-te em frente de todos, mas não posso… Amo-te. ─ Disse abraçando-me.

Este gesto tranquilizou-me, acalmando os meus ciúmes. Olhei-a fixando-a apaixonadamente e disse-lhe gesticulando:

─ Logo. Temos tempo!

Seguidamente, a família, os amigos e colegas, vieram para felicitar-me e para abraçar-me. Mary afastou-se, oferecendo-lhes o seu lugar, indo para junto do primo Nathaniel. O pessoal elevou-me nos braços dando vivas! Achei um tanto exagerado este gesto, o campeonato estava a meio e ainda estava tudo por decidir. Amanhã, domingo logo se veria. Porém, era muito gratificante ser acarinhado e apoiado por todos quanto amava. Eles acreditavam que eu iria ganhar o campeonato e encorajavam-me. Então, Mary reaproximou-se novamente, mas desta vez estava acompanhada pelo seu primo, Nathaniel.

─ Jake, está aqui uma pessoa que gostava de te felicitar também e que quero que conheças. Este é o meu primo Nathaniel Stein. Nate, este é o Jake Moore.

─ Ah, então este é que é o famoso Jake! Parabéns, fizeste uma excelente prova.

─ Obrigado, Nathaniel. Não é fácil fazer tubos, é preciso muita concentração.

─Chama-me Nate, que é como os amigos me chamam. Mary, falou-me imenso de ti! É como se já te conhecesse, ─ disse Nate, abraçando-a pela cintura com o braço e trocando com ela um olhar, estranhamente cúmplice.

Nate, era uns 10 anos mais velho que nós. Um homem, portanto. Era meio atarracado e pela altura de Mary, tinha cabelos pretos curtos, nariz comprido e queixo pequeno. Os olhos eram negros e encovados, como o escuro da noite e a maçã-de-adão era bastante proeminente. A pele era branca e movia-se com uma muleta, coxeando da perna esquerda. Fora este o resultado daquela missão de resgate dos companheiros prisioneiros, pelos soldados vietnamitas, numa aldeia algures no Vietname.

Senti um frio desagradável percorrer-me a nuca e depois a espinha. Mas que raio se passava ali?! Primeiro, apresentou-me como se fossemos bons amigos e agora, permite que ele a abrace assim com tanta intimidade… Ela olhou-me meio comprometida e constrangida. Eu devolvi-lhe o olhar, mostrando-lhe a minha incompreensão e pela primeira vez, não conseguimos comunicar através do pensamento. Parecíamos dois estranhos.

─ Bem, Jake, nós já vamos. Conversamos outro dia, temos um jantar hoje. Não podemos chegar atrasados, não é Mary? ─ Disse Nate.

─ Sim, é verdade… Temos de ir. Até logo, Jake. ─ Disse Mary baixando os olhos.

─ Mas já?! Ainda é cedo! ─ Exclamou Mike. ─ O jantar é só às 21h00 e são 18h00!

─ Pois é, priminho mas Mary tem de ir preparar-se, vestir-se, etc. e eu também tenho que fazer. Tu se quiseres, podes ficar. Nós já vamos, por isso até logo, Mike. Tchau, Jake e boa sorte para amanhã ─ e dizendo isto, Nate levou Mary consigo e com o braço por cima dos seus ombros, foram-se embora.

─ O que foi aquilo? ─ Perguntei a Mike.

─ Sinceramente, Jake, não sei. Não percebi nada.

─ Não gostei dele. ─ Afirmei.

─ Estás com ciúmes…?

─ Claro que estou, não é, Mike? O braço ao redor da cintura dela, sobre os ombros dela… O olhar cúmplice… Que raio de intimidade é aquela?! Não gostei, nem falei com Mary como deve de ser… Nem nos despedimos! Ela ficou esquisita perto dele…

─ Pois, também estranhei o seu comportamento. Logo ela vem ter contigo e depois fica tudo bem, vais ver.

─ Não sei, nem deu tempo para combinar nada…

─ Vocês já não precisam combinar por palavras, basta um olhar. ─ Disse Mike, piscando-me o olho.

─ Pois é, Mike… Mas hoje pela primeira vez não consegui fazer isso com ela.

─ Não?! Então, porquê?!

─ Não sei. A presença de Nate, não nos deixou à vontade para isso…

─ Que estranho… Bem, Jake, agora tenho de ir.

─ Ok, vai lá então.

─ Eu telefono-te depois do jantar, ok?

─ Combinado, meu.

─ Tchau, Jake e tem calma.

─ Obrigado.

Fui para casa a correr, cheio de pressa. Tinha de me despachar, que estava na hora de executarmos o nosso plano. Ao chegar em casa, fui preparar-me e quando estava a lutar com a gravata para tentar fazer o nó, Andy bate à porta:

─ Nós estamos prontos. Já estás despachado, puto?

─ Nop, não estou a conseguir fazer o nó da gravata como deve ser… Entra.

─ Ok, deixa ver lá isso… ─ Disse Andy, vestido com um fato cinzento-escuro, camisa branca e gravata do mesmo tom do fato, com riscas brancas.

─ Eh, lá estás muito elegante!

─ Tu também, filho. O fato azul-escuro, com a camisa branca também te fica bem. Agora só falta pôr a gravata para dar o toque final. ─ Andy, pô-la no seu pescoço, fez o nó e depois, colocou-a em mim. ─ Pronto já está! Estás muito bem, pareces um noivo!

Vi-me ao espelho e era verdade, realmente parecia um noivo. As riscas brancas e azuis na diagonal, combinavam muito bem com o fato.

─ Vamos, então?

─ Vamos, meu.

A minha Mãe, elegantemente vestida com um fato de saia e casaco castanho avermelhado contrastando com os seus cabelos arruivados, a blusa bege dava o toque final.

─ Uau! Estás linda, Mamã! ─ Exclamei elogiando com admiração.

─ Obrigada, filho. Tu também estás lindo. Estás um homem… ─ Retrucou emocionada.

Saímos e seguimos na carrinha de Andy. Era chegado o momento, o sol deitava-se no horizonte e deu lugar à lua que não se distinguia no céu, por ser Lua Nova. Só esperava e orava a Deus para Mary se lembrar do que combináramos antes, hoje estava tão diferente…

Andy seguiu em frente, virou duas vezes à esquerda contornando duas ruas e de seguida virou à esquerda, parando em frente da porta da casa de Mary, a primeira casa à esquerda. Faltava dez minutos para as 8 da noite.

─ Tens a certeza de que queres mesmo fazer isto? ─ Indagou a minha Mãe, olhando para mim com ar preocupado.

─ Sim, quero Mãe.

─ Então vamos a isto, ─ Disse Andy. ─ Boa Sorte!

─ Obrigado, aos dois ─ respondi.

─ Vai correr tudo bem, ─ Disse Andy, tentando encorajar-me.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 13 de Outubro de 2013)
 
*Nota: Devido a problemas técnicos, só hoje dia 7 de Outubro de 2013 foi possível excepcionalmente postar o Capítulo 18 da história de "Jake e Mary". Por esse facto, peço desculpa.
 
Obrigada.
 
Abraços,
 
Cris Henriques
(Autora)
 

 

1 comentário :

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