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Capítulo 19
O Plano
Entrámos no
jardim da casa de Mary e toquei à campainha. O mordomo abriu-nos a porta. Após
apresentarmo-nos e de anunciarmos ao que vinha-mos, o mordomo encaminhou-nos
para a sala, disse-nos para sentarmo-nos e pediu-nos para esperar. Ele ia
chamar Hannah e Joshua Levy, os patrões, ─ ou seja os pais de Mary. Nós assim o
fizemos, sentamo-nos no sofá e esperamos em silêncio. Andy, olhou-me e
percebendo o meu nervosismo, disse num murmúrio:
─ Tem calma,
filho. Vai tudo correr bem.
Acenei a cabeça
positivamente e a minha Mãe apertou-me a mão, tentando tranquilizar-me. Alguns
segundos depois, Mary entrou na sala e avançou na minha direcção. Estava linda
naquele vestido branco, que lhe assentava maravilhosamente. Sentia-me
deslumbrado e embevecido de amor, parecia uma noiva.
─ Vieste! ─
Exclamou feliz e excitada, abraçando-me.
─ Sim, eu
disse-te que vinha!
Ela pediu-me
desculpa pelo que havia acontecido na praia e disse-me que depois me explicaria
tudo, a seguir apresentei-a à minha Mãe. Ambas estavam ansiosas por se
conhecerem, finalmente. Percebi pelo modo como a minha Mãe abraçou Mary, que
tinha ficado encantada com ela. Quanto ao Andy, apresentei-o como meu pai. Os
dois abraçaram-se e eu gostei de ver que, a minha família aceitava e amava a
mulher que o meu coração escolhera.
Subitamente, os
pais dela entraram na sala e nós levantamo-nos imediatamente. Mary levou-nos até
eles e ela apresentou-nos: como seu namorado e como pais do seu namorado. Joshua
Levy, o seu pai estendeu-nos a mão e indicou-nos que nos sentássemos. Nós
obedecemos.
O pai de Mary,
era um homem magro, baixo e tinha cabelos grisalhos. Tinha também bigode e
barba preta. Seus olhos eram verdes, da cor dos olhos dela. Vestia fato preto,
camisa branca e gravata preta. Notava-se que tinha uma forte personalidade,
pela forma como se exprimia. Seus lábios eram finos e possuía um forte aperto
de mão.
Hannah, a Mãe de
Mary, tinha cabelos loiros atados em forma de carrapito no alto da cabeça e era
uma mulher mais baixa que o marido. Tinha um pouco de excesso de peso e olhos
cinzentos. O seu vestido era em tons de verde-seco.
─ Então a que se
deve a vossa visita? ─ Indagou o pai de Mary, fitando-nos fixamente.
─ Bem, Sr. Levy,
nós agradecemos-lhe por nos receber. Estamos aqui para pedir a mão de Mary,
vossa filha, em nome do nosso filho Jake, para ser sua noiva.
─ Ah, sim?! O que
quer dizer com isso?
Entreolhamo-nos
uns para os outros, sem compreender a pergunta. Andy, nervoso, afrouxou um
pouco o nó da gravata e disse:
─ Perdão, mas não
sei se estou a compreender a sua pergunta.
─ Está bem, eu
vou reformula-la. O que estou a querer saber é: o que é que vocês pretendem?
─ Paizinho, o Sr.
Johnson disse que…
─ Chiuu, Mary! Fique
calada. Quero ouvir o que eles têm para dizer! ─ Disse rispidamente Joshua
Levy.
Mary, calou-se e
obedeceu ao autoritarismo do seu pai, encolhendo-se a um canto no sofá.
─ Continue, Sr.
Johnson. Estava a dizer…
─ Sim, bem… O que
estava a dizer era o seguinte: o nosso filho e Mary, conheceram-se e apaixonaram-se.
Amam-se verdadeiramente. Jake quer casar com a vossa filha e…
─ Muito bem ─
disse Joshua interrompendo novamente. ─ Quer casar com Mary. O que faz na vida,
rapaz? Trabalha, estuda?
─ Bem, Sr. Levy, por
enquanto estudo e pratico desporto…
─ Estou a ver…
Tenciona ir para a universidade?
Olhei para os
meus Pais e para Mary, não me tinha candidatado a nenhuma universidade ainda. O
meu sonho era ser surfista, percorrer
e conhecer o mundo em cima de uma prancha de surf e para isso, não era necessário estudar, nem fazer um curso
universitário. Era jovem e não costumava pensar muito no futuro, nem fazer
planos para daí a 20 anos. Não. Entretanto, conheci Mary e tudo mudou. Ela sim
era agora o meu maior sonho e o surf,
apesar de ser importante, já não o era tanto assim. Mary, era a minha
prioridade. O surf seria o meu hobby. Foi desta forma que lhe respondi
baixando os olhos e depois acrescentei o seguinte:
─ Senhor Levi,
tenho as melhores intenções para com a Mary.
─ De boas intensões
está o inferno cheio, ─ disse Joshua Levy ironicamente, interrompendo.
Mas, eu continuei
o que estava a dizer:
─ Pretendo
arranjar um trabalho honesto e assim que tivermos juntado algum dinheiro,
casamos. Eu amo-a verdadeiramente.
As mulheres
permaneciam caladas, Mary estava nervosa e ansiosa. Queria ajudar-me, mas
sempre que tentava o Pai olhava-a com repreensão e severidade, de modo que ela calava-se
sem ter grande opção de escolha.
─ Pois, estou a
ver… e em que área pretende trabalhar?
─ Pretendo
trabalhar com o meu Pai, ele é shaper.
─ Shaper?! O que é isso?
─ Faço pranchas
de surf e vendo-as aos praticantes da
modalidade ─ respondeu Andy com entusiasmado e com um sorriso sincero, ─ O surf está a crescer a olhos vistos!
Joshua Levy,
sorriu também mas demonstrou um certo sarcasmo e cinismo.
─ Enfim… e quanto
a religião? Segue alguma?! ─ Perguntou dirigindo-se a mim.
Então, antes que respondesse,
Mary correu em meu socorro e disse:
─ Jake, quer
converter-se ao judaísmo, Paizinho. Quer seguir os nossos costumes e estudar…
─ Isso é
verdade?! ─ Interrogou-me Joshua Levy, pelo que respondi afirmativamente
baixando a cabeça, mostrando humildade e respeito.
─ Ora bem… Temos
aqui dois sonhadores, irrealistas e românticos! Dois homens adultos que
acreditam que para se viver, basta construir uma cabana e amar! Já viste,
Hannah?! Mas a vida é dura, ninguém consegue viver dos seus sonhos e do amor. Isso
é pura fantasia! O amor não enche a barriga a ninguém, não sacia a fome, a sede
e nem paga as despesas todos os meses. Cresça e apareça, rapaz e então, talvez
nessa altura eu e a minha esposa lhe cedamos a mão de nossa filha!
─ Desculpe,
Senhor mas…
─ Mas o quê,
rapaz? O que mais tem para me dizer?! Nada! Jones, acompanhe estas pessoas à
porta.
─ Pai, por favor…
Jake, amo-te, não vás… ─ Tentou Mary intervir, balbuciando em lágrimas.
─ Comporte-se
menina, tenha maneiras ─ ralhou-lhe a Mãe.
─ Sim, Senhor ─ disse
o mordomo obediente. ─ Por favor, tenham a amabilidade de me acompanhar à porta.
─ Não, obrigado. Nós
sabemos o caminho. Vamos, ─ disse Andy para nós.
─ Eu vou, mas
volto! ─ Disse olhando firmemente para os seus pais. ─ Voltarei para te buscar,
Mary. Espera-me. ─ E ao sair, vi Nathaniel Stein descer as escadas com ar
triunfante.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 20 de Outubro de 2013)
Oi Cris!
ResponderEliminarCoitado do Jake :(
O pai da Mary é muito bravo.
Bjs!
Passando e conferindo... ótima história. Um abraço!
ResponderEliminarOlá amiga querida, muitas saudades de ti, peço desculpas por não dar noticias, espero que estejas bem, estava um pouco fora de orbita e aos poucos me achando novamente. Logo venho até aqui ler o que ja perdi desta linda historia.
ResponderEliminarBeijos e uma linda semana.
Olá ! Estou passando para falar que eu tenho um selo para você !
ResponderEliminarÉ só pegar nesse link: http://maosecrets.blogspot.com.br/2013/11/links-parceiros-os-melhores-blogs-da.html
Tenha um bom dia !
Boa tarde
ResponderEliminarIndependentemente do texto que está fantástico, venho desejar um NATAL muito feliz, cheio de Paz, Saúde, felicidade e boa harmonia
Que o Amor esteja sempre presente em seu coração
Os meus votos são extensivos à família e amigos.
Deixo abraço
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http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/
Vim convidá-los para participar do cantinho que fiz para divulgação de blogs!
ResponderEliminarhttp://santaclaraartesanato.blogspot.com.br/p/divulgue-seu-blog-aqui.html
Boa noite Cris Henriques, deixo em anexo a nomeação que fiz ao seu blogue. Espero que leia e responda.
ResponderEliminarhttp://jpina9.blogspot.nl/2015/01/tag-liebster-award.html
Com os melhores cumprimentos
José Pina