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domingo, 23 de junho de 2013

Capítulo 4 – Praia de Venice

Jake e Mary, http://jakeemary.blogspot.com, Praia de Venice, California, Venice Beach, Los Angels
Foto da praia de Venice neste site.

Capítulo 4

Praia de Venice

 
Um dia após o diário e intenso treino, inesperadamente Andy aborda-me e diz:

─ Puto, prepara as tuas coisas que amanhã vamos para a Praia de Venice. Vai decorrer um campeonato de surf depois de amanhã e tu estás apto para participar!

─ A sério? Fiiiixe! Mas Andy, tens a certeza de que estou apto?

─ Claro que sim! Tens dúvidas?

─ Sei lá…

─ Mau, será que “O Destemido” é um mito?! ─ Disse Andy com ar provocador.

─ Lógico que não! Embora lá, meu. E a que horas vamos nós? ─ Perguntei entusiasmado.

─ Vamos de madrugada, três da manhã. Acampamos na praia e dormimos o resto da noite lá.

─ Parece-me uma boa ideia! Nunca saí daqui. Quanto tempo é até lá?

─ É mais ou menos 1h40 minutos.

─ Não é longe!

─ Nop, faz-se bem o caminho. Vou mostrar-te aqui no mapa. O ponto A, é onde nós estamos e o ponto B, é para onde vamos. ─ Disse indicando-me o caminho no mapa.



─ Porreiro! ─ Respondi. ─ Olha lá e porque é que vamos um dia antes?
 
─ É para te ambientares e inscreveres-te.

─ Ok, fixe.
 
─ Então, vá puto, vai lá tratar das coisas e sê pontual. Ok?

─ Ok, Andy.
 
─ Fica bem, puto.

─ Tchau.
 
Caminhei até a casa, animado mas pensativo. Nunca tinha deixado a minha Mãe sozinha. Esta seria a primeira vez. Será que ela ia lidar bem com isto? Bem, isto não ia ser com certeza nenhum drama. Estava a exagerar. A minha Mãe e eu éramos muito unidos, tínhamos um óptimo relacionamento, como já disse anteriormente. Nunca tivemos zangas, ou discussões feias. Apoiávamo-nos mutuamente. Ela era uma mulher forte e uma vencedora, teve-me com 17 anos, a minha idade, portanto e criou-me sozinha. O meu pai tinha morrido num acidente de viação 6 meses após o meu nascimento. A minha Mãe chamava-se Ciara O’Malley, um nome originário da Irlanda, pátria dos seus pais, que emigraram para os Estados Unidos da América, a terra das grandes oportunidades com a finalidade de se estabilizarem na vida no pós-guerra e assim foi.

Apesar dos seus 33 anos e da vida problemática que tinha tido, a minha Mãe conseguiu conservar o seu aspecto jovial. Ela era ainda uma mulher muito atraente. Onde quer que fosse, os homens olhavam-na e desejavam-na. Tinha olhos verdes, cabelos castanhos-avermelhados longos, pele branquinha com algumas sardas no rosto e era de estatura mediana. O seu temperamento era forte, mas doce e carinhoso ao mesmo tempo. Tinha sempre uma palavra amiga para dar quando encontrava alguém triste e geralmente, era muito bem-humorada. Sempre divertida.
 
Tinha herdado da minha mãe a nível físico o verde dos seus olhos, o seu sentido de humor, a persistência e a sua determinação. Do meu pai, tinha herdado fisicamente o cabelo loiro e a pele de tom dourado, mas também a teimosia. A minha Mãe, não falava muito nele, penso que no fundo ainda não tinha conseguido aceitar a sua morte e nem o houvera esquecido. Desde criança que sempre que perguntava por ele que notava a imensa tristeza no seu olhar, apesar dela tentar disfarçar. Porém, também lhe notava uma revolta que não conseguia compreender porquê. Então, deixei de fazer perguntas e de lhe pedir para me falar no meu pai. Assim, pouco ou nada sabia dele. Sabia apenas que gostava do mar e de surf como eu, que era todo musculado, corajoso e que se chamava Owen Moore.

─ Mãe? ─ Chamei ao entrar em casa.
 
─ Sim, filho, estou no ateliê a pintar. Anda cá.

─ Está lindo, Mamã! ─ Exclamei admirando o óleo. Era a praia de Huntington ao luar.
 
─ Achas, Amor? Ainda não está como eu quero.

─ Está perfeito, Mamã! ─ Respondi com sinceridade, sentando-me no sofá.
 
─ Disparate, são os teus olhos. Nada é perfeito. É verdade, hoje chegaste cedo! Que se passou? Não há ondas?!

─ Nada, está tudo bem… ─ Respondi com um tom preocupado, pelo que a minha Mãe notou imediatamente que algo me preocupava.
 
─ Jake, o que se passa? Estás preocupado com quê?

─ Ok, vou ser directo. Vai haver um campeonato de surf em Malibu, na Praia de Venice. O Andy diz que estou preparado. Partimos esta madrugada. O campeonato começa depois de amanhã e dura 5 dias.
 
A minha Mãe ouviu-me em silêncio e assim permaneceu, após contar-lhe tudo. Olhei para ela que continuava a pintar e esperei que dissesse alguma coisa, como não disse nada perguntei-lhe:

─ Não dizes nada?
 
─ Para quê? Já decidiste. Vai! Vai ser bom para ti.

─ Estás chateada, Mamã?
 
─ Não filho, está tudo bem e vai correr tudo bem. Não te preocupes.

Corri para ela abraçando-a e peguei-a ao colo exclamando:
 
─ És a melhor Mãe do mundo! ─ Disse enchendo-a de beijinhos.

A viagem no Chevy Truck verde-escuro de Andy, para a Praia de Venice correu bem. Não houve qualquer problema, conversamos e ouvimos boa música que passava na rádio. Apesar de ser uma camionete usada e de 1960, estava bem estimada. Não tinha muita quilometragem e Andy, sabia cuidar dela. Da Praia de Huntington, até à Praia de Venice, eram cerca de 46,2 milhas, ou seja 74,3 km. Levamos pouco mais de 2h a chegar, nada mau! Chegamos a Venice ainda não tinha nascido o sol, pelo que passamos o resto da noite a dormir dentro da camionete.
 
A praia de Venice, era lindíssima. A areia era quente e o mar com as suas enormes ondas azuis, convidavam os surfistas a cavalgar na crista das ondas. Venice era o sonho de Abbot Kinney, um fabricante de cigarros que sonhava recriar uma nova Veneza, de Itália, no Oceano Pacífico. No início do século XX, fundou uma Comunidade à beira-mar ─ repleta de canais e onde se ergueram hotéis, restaurantes, bares, teatros, etc. Actualmente, é conhecida como a Veneza da América. Esta foi a primeira cidade inaugurada a 4 de Julho de 1905, ficando marcada como Coney Island of the Pacific.

O surf era de facto a minha paixão, o meu refúgio. Surfar era como um renascer das cinzas para mim. O céu e o mar azul, faziam-me sentir no paraíso. O meu primeiro campeonato de surf, correu bem. Consegui fazer alguns drops ─ (descer as ondas) bem-feitos, desenhando-as com os braços. Mas tubos, não consegui fazer nenhuns. O Andy diz que sei dropar muito bem e aprendi a fazê-lo sozinho. Fiquei qualificado na 4ª posição, tendo sido considerado a revelação do campeonato. Não ganhei, mas o importante não é vencer e sim participar. Fiquei feliz!
 
 
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 30 de Junho de 2013)
 
 




11 comentários :

  1. Abençoado o que tem a coragem de fazer o que gosta, contra todos os obstáculos...escolhas são difíceis, muitas vezes a própria felicidade nos amedronta, e este jovem de 17 anos, começando a perseguir seus sonhos, desenha-se como alguém muito corajoso, ainda ingênuo, inexperiente, mas de coração bravo.
    Muito bem escrito,como sempre, Cris!

    Um abraço

    Bíndi e Ghost

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  2. Oi Cris :)
    Que legal Jake ter sido a revelação do campeonato...
    No próximo domingo,estarei por aqui.
    Bjs \o/

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  3. LINDO,CRIS!

    ESSA SAGA DESSE JOVEM EM BUSCA DE SEU SONHO É MAGISTRALMENTE NARRADA POR VOCÊ!

    CONTINUAREI ACOMPANHANDO!


    OBRIGADA PELA VISITA,FLOR.

    BELO DOMINGO DE PAZ

    BJS


    DONETZKA

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  4. Por ser o primeiro campeonato o 4 lugar até que foi bom, gostei desse capitulo...sabe que tenho desejo de apender a pontar telas deve ser uma terapia e tanto.

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  5. Retribuindo a visita que muito me fez feliz, deparo-me com este bonito blogue onde a harmonia das palavras se enlaça em frases perfeitas. Poema lindíssimo. Gostei de ver e ler. Parabéns.

    Gostava que visitassem e, querendo, se fizessem seguidos/as. Fica o meu agradecimento. Obrigado.

    http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/

    ********************
    Fiquei seguidor

    Linkei o endereço deste fantástico blogue, no meu ( Pensamentos e devaneios)
    *****
    Deixo cumprimentos

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  6. Ola Cris,muito interessante a história que vens narrando.Vou continuar a te visitar por aqui pois não tenho acesso ao google+.Respondendo á tua pergunta,....Tenho 2 CDs; o primeiro só de musicas com cunho hawaiano que me empolguei cantando em "Luaus'visitando minha filha que mora no Kauai[Hawaii].E outro só de musicas romanticas americanas. desejo-te uma ótima semana e deixo aqui meu grande abraço.SU

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  7. é ótimo vir aqui e ler seu conto, difícil é esperar os domingos chegarem, se bem que dessa vez estou super atrasada né?

    Cris, obrigada por compartilhar conosco ..

    Que sua semana seja de muito sucesso!

    Já conhece nosso mosaico de parceiros? Visite ( http://www.massovita.com/p/parcerias.html )

    Abraços e carinhos,
    Mynda

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  8. Mais um capitulo super interessante to acompanhando rs.

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  9. Oi Cris,
    boa tarde,
    um capítulo lindo,
    Eu gostei de como a história vai,
    um bom evento para Jake,
    em breve ele vai ter o prêmio maior...

    Desejo-lhe um lindo fim de semana
    um beijo e um abraço

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  10. Que delicia amo praia
    http://www.jeitosimplesdeser.com.br/
    https://www.facebook.com/jeitosimplesdeser/app_154246121296652
    Boa tarde e bjim

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  11. Uauu emocionante, estive nesta praia, linda demias. Beijosss

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Olá e sê bem-vindo(a)!!

Este é o meu novo blog/livro. Comenta a história de Jake e Mary, dando-me a tua opinião. Ela é muito importante para mim.
Obrigada pela tua visita e volta sempre que queiras!
É muito bom ter-te aqui.

Abraços,

Cris Henriques

P. S. - Se tiveres um blog, se fores novo(a) por aqui e não nos conhecermos, deixa-me o link para que eu possa retribuir-te com a minha visita.

Tradutor

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