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domingo, 18 de agosto de 2013

Capítulo 12 - Convite Para Jantar

Jake e Mary, http://jakeemary.blogspot.com
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Capítulo 12

Convite Para Jantar

 
 
Ao pequeno-almoço, a minha Mãe e eu pusemos a conversa em dia. Falei-lhe da viagem e do que acontecera na prova de surf, cuja qual fora forçado a desistir devido ao embate do outro concorrente, que me partiu a prancha, sendo eu também penalizado.
─ Essas coisas acontecem, filho. Não te chateies com isso. Agora tens é de comprar uma prancha nova, tens dinheiro?
─ Não. Mas Mãe, nesse ponto não há nada a recear. Andy, também é shaper. Ele faz-me uma nova prancha, tenho é de ir ter com ele hoje depois do almoço, para ajudá-lo.
A minha Mãe ficou mais tranquila e disse-me para convidar Andy para jantar connosco esta noite.
─ Ok, eu digo-lhe.
Seguidamente, foi-se embora. Estava na hora de entrar ao serviço.
Enquanto arrumava a cozinha, na televisão falavam na guerra do Vietname nas notícias. Milhares de rapazes morriam neste conflito estupido e pedia-se mais voluntários para combater. A maioria dos rapazes da minha idade, tinham sucumbido e cedido à tentação, de serem combatentes e heróis de guerra, tornando-se assim, voluntários. Outros foram simplesmente convocados para ir, não podendo usar o seu livre-arbítrio para escolher. E eu, também poderia escolher, ou estava-me velada tal opção? Desconhecia a resposta por ora.
Deitei-me lá fora na rede, uma brisa fresca soprava e as nuvens corriam pelo céu loucamente, unindo-se umas às outras formando um lençol cinzento. O tempo estava a mudar, uma tempestade de Verão vinha a caminho. O mar agitava-se na fúria das ondas, que se debatiam de encontro às rochas e apaixonadamente beijavam com intensidade a areia da praia. Ao longe, começava a trovejar. Todo este cenário era lindo e assustador simultaneamente.
Após trancar as portas e as janelas, levantei-me da minha cama de rede na varanda e fui ter com Andy, que se encontrava no barracão. Estava a fazer a prancha. Esta era bem diferente da anterior que possuíra. Era mais pequena e mais maneirinha.
─ Hey, Jake! Tudo bem? E que tal, gostas da tua nova prancha? É uma fish, um modelo moderno. Vai ajudar-te a ter mais equilíbrio e permitir-te ser mais rápido a cortar as ondas!
─ Está muito porreira, Andy! Fixe! Gosto imenso. Obrigado.
Estava quase pronta, era só mais dois dias, talvez e já podia usá-la cavalgando as ondas. Ficámos a imaginar como este modelo seria bom para mim, seria até vantajoso nas provas e segundo o Andy, facilitava muito ao remar, pois era mais leve e deslizava melhor.
─ Andy, a minha Mãe convidou-te para jantares connosco esta noite.
─ Ah, está bem. A que horas?
─ Às 21h30. Pode ser?
─ Sim, pode sim. Lá estarei. Levas a Mary?
─ Não.
─ Porquê, Jake?
─ A minha Mãe ainda não sabe, nem os pais dela.
─ Porque não contas?
─ É cedo, meu. Queremos fazer as coisas como manda a tradição e como está na religião dela.
─ Hmmm, sabes, vais ter que te converter ao judaísmo…
─ Quem, eu? Nem tenho religião, meu!
─ Pois, mas se queres fazer as coisas como deve ser, vai ter de ser assim. Como é que vocês estão? ─ Indagou Andy, estendendo-me uma cerveja. Depois sentou-se na bancada, perto da prancha.
─ Estamos bem. Ontem pedi-a em namoro!
─ Sério? E ela, aceitou?
─ Aceitou, amigo.
E então, falei-lhe do incidente na casa dela. Ele divertiu-se com a história, mas advertiu-me para ter cuidado. Se os pais dela soubessem de tudo, antes de nós contarmos, seria péssimo para o nosso amor. Eles poderiam não aceitar.
De seguida, fui para casa e despedi-me do Andy, com um até já, lembrando-o do jantar em minha casa. Às 21h30, a campainha da porta tocou e como estava a terminar de escrever no bloco de notas, um verso para fazer um poema para a minha amada, gritei para a minha Mãe ir atender. Ela murmurou qualquer coisa que não entendi, mas foi e de seguida ouvi-a gritar como se se tivesse assustado, ouvi ainda uma coisa cair no chão, que se partiu estilhaçando-se e, largando tudo, corri aflito até ela.
─ Que aconteceu?! ─ Exclamei confuso, ao encontrar a minha Mãe desmaiada no chão e Andy, de volta dela tentando socorrê-la.
Andy, balbuciou um “Não sei…”, que me deixou desconfiado de que ele sabia alguma coisa que estava a esconder-me e quando a minha Mãe recuperou os sentidos, ao perguntar-lhe o motivo do desmaio, ela disse que tinha tido apenas uma quebra de tensão.
No chão havia estilhaços de cerâmica e bocados de batata por todo o lado, Andy ofereceu-se para ajudar-me a limpar, mas em silêncio.
O jantar, correu bem mas havia ali algo que me estava a escapar… A minha Mãe parecia evitar o contacto visual com Andy e ele, seguia o seu exemplo. Durante a conversa, só eu é que falava e quando me calava, ficava um silêncio muito tenso.
─ Vocês já se conheciam antes? ─ Arrisquei perguntar.
Então, Andy engasgou-se subitamente e ninguém respondeu à pergunta, porque entretanto, Jane, ─ a nossa vizinha, ─ entrou em nossa casa desfeita em lágrimas, anunciando que o seu marido Thomas tinha sofrido um atentado no Vietname, tendo morte imediata…
A minha Mãe amparou Jane e o jantar terminou por ali. Ela tinha de dar apoio à amiga. Andy, foi para casa e ficou combinado que conversaríamos melhor no dia seguinte.
Deitado na cama, pensava em tudo o que tinha acontecido e quanto mais pensava, mais estranhava. De certeza que eles se conheciam, mas de onde?
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 25 de Agosto de 2013)
 

5 comentários :

  1. Oi Cris :)
    Minha intuição me disse que Andy e a mãe de Jake,
    já se conheciam!
    Essa história está mais emocionante a cada capítulo...
    bjs \o/

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  2. A história está muito boa. Por várias vezes já pensei em escrever, mas me falta a iniciativa.

    ResponderEliminar
  3. Bom dia

    Sempre na expectativa de novidades do próximo capitulo

    Desejo um Domingo de Paz e Amor

    Fique feliz
    ***********************
    http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/

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  4. kkkk agora to curiosa deixou o melhor pra semana que vem maldosa kkk, um belo capitulo hoje.

    ResponderEliminar
  5. Cris, mais um capítulo excelente...e sempre deixando uma dúvida no ar. Um abraço!

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