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Foto de Cris Henriques |
Capítulo 15
O Campeonato
Três dias mais tarde, levantei-me muito animado. Durante 3 dias teríamos na Praia de Huntington o
8º Campeonato de Surf, que se realizava anualmente. Este era um evento muito
popular na região, Huntington enchia-se sempre com turistas dos quatro cantos
do mundo, principalmente, de Países como: Austrália, Nova Zelândia, Havai e
Taiti. Uns compareciam como participantes, outros como apoiantes e
espectadores.
Em tempos, não
muito longínquos, também eu fora um espectador assíduo. Porém, a situação
mudara e actualmente, ao invés de mais um espectador, hoje seria um
participante.
Finalmente! O dia
com o qual tanto havia sonhado chegara. O dia pelo qual tanto tinha treinado,
era hoje. Hoje! Ansiedade, já não sentia, muito menos nervosismo. A prática
diária de meditação, ensinara-me a apaziguar esse sentimento. Sentia-me
tranquilo, calmo e feliz, pois estava a concretizar um sonho. Não
me preocupava com possíveis vitórias, ou com derrotas. O importante para mim,
era participar.
Pontualmente,
dirigi-me para a praia para inscrever-me e participar na primeira prova. Andy,
inscreveu-me em todas elas. Na sua óptica de treinador, estava apto para
tudo. Minutos antes de começar o campeonato, chamou-me à parte para me dar
instruções, dicas, apoiar, estimular as minhas capacidades e lembrar-me de
alguns conceitos. Não falou apenas como treinador, não. Agora, falava-me como um
Pai que auxilia seu filho.
─ Filho, se por
acaso em algum momento durante as provas te sentires nervoso, ou ansioso, sabes
o que fazer para te tranquilizares?
─ Sim, sei, Andy.
Devo inspirar e expirar fundo. ─ Era-me ainda estranho, tratar Andy por “Pai”,
por isso chamava-o pelo nome. Precisava de algum tempo para me acostumar à nova
ideia. Ele compreendia sem insistir. Mas tal como ele dizia e me ensinara ao
longo das aulas de surf, o tempo curava
tudo naturalmente, desde que aceitasse-mos o nosso destino e nesta situação,
seria assim.
─ Lembra-te, Jake,
tu fazes parte do mar. Ele e tu são unos. Somos seres que outrora pertenceu
ao mar. Não és tu quem escolhe a onda perfeita e sim, é ela quem te escolhe e
avança para ti.
─ Obrigado, por
me ajudares em tudo quanto sei. Estou-te muito grato. Acredita nisto que te vou dizer, foi muito generoso da tua parte ensinares-me a surfar, afinal, mexer com isto deve lembrar-te da cena do tubarão. Estou-te muito agradecido, Andy... Desculpa, ainda estou a acostumar-me à ideia de seres meu Pai. ─ Disse a sorrir.
─ Não faz mal, eu compreendo, Jake. Tudo a seu tempo. Sabes, antes de me propor para treinar, pensei seriamente no assunto. Sem saber porquê, sentia que tinha de ajudar-te. Só agora percebo que inconscientemente o que fiz, foi por seres meu filho. Foi por isso, com certeza que abri uma excepção. Então, lembrei-me que podia ensinar-te as técnicas de surf aqui na areia da praia, sem ter de entrar propriamente no mar. E sabes que mais? Valeu a pena cada momento. Espero que
consigas concretizar o teu sonho, filho.
─ Estar presente
na competição, era o meu sonho. Tudo o que vier a seguir, será por puro acréscimo.
Ao microfone, o apresentador
do evento nomeou cada concorrente, estabeleceu as regras, explicou como seria
a execução das provas e de como se atribuiriam as pontuações. Deu então início à
primeira ronda de provas, que estaria dividida em duas, devido ao elevado número de
participantes. Como os concorrentes eram chamados na primeira prova por ordem alfabética,
por ainda não termos pontuação, eu só iria participar na segunda ronda da
primeira prova.
Olhei à minha
volta procurando a minha amada por entre o público. Vi a minha Mãe, que estava
ao lado dos meus tios e primos, assim como, alguns amigos e colegas de escola
que me acenavam. Todos estavam ali para me apoiar, com excepção de Mary e de
Mike.
─ E Mary, não
vem? ─ Indagou Andy.
─ Vem com Mike. Devem
ter-se atrasado.
─ Habitua-te, as
mulheres são mesmo assim. ─ Tranquilizou-me um colega que vinha de Venice.
─ Yeah! É típico
delas, meu! ─ Respondeu outro da Austrália.
─ Eles têm razão,
não te preocupes que eles vêm. ─ Respondeu Andy.
A primeira ronda
da prova estava a terminar, a seguir era eu. Olhei novamente e nada, nem sinal
deles.
─ E agora, para a
2ª ronda da prova chamo os concorrentes: J. J. Turner; de Venice e com o número
21, Tommy Storm; da Austrália e com o número 22… ─ chamou o apresentador lendo
a lista, até que chegou ao meu nome ─ …com o número 29, um filho da terra, Jake
O’Malley… ─ corri igualmente para a beira da água, seguindo o exemplo dos meus
colegas, sem olhar mais para o público para procurar Mary. Agora não podia
pensar na estranha ausência dela. Precisava concentrar-me na prova.
O meu coração
batia, apressado e ansioso. Olhei para o céu fazendo uma oração, pedindo ajuda
para me concentrar, inspirando e expirando fundo, remando e remando rapidamente, até
que vi a minha onda e a apanhei. Era enorme e arrisquei subir para a crista, pondo-me
de pé, dropando por ela abaixo tranquilamente.
As pessoas aplaudiram entusiasmadas, pois cheguei à beira da praia em pé,
obtendo o máximo da pontuação.
Já na praia,
olhei procurando Mary e vi o Mike, que me estava a acenar. Respondi aos acenos
sorrindo e pensei que alguma coisa de muito sério havia realmente acontecido,
até porque estava tudo bem entre nós. Na noite anterior tínhamos estado juntos
e combinamos que, após o campeonato de surf, contaríamos aos nossos pais e ficaríamos
noivos.
─ Amanhã vais
ver-me? ─ Perguntei-lhe na praia ao luar.
─ Isso
pergunta-se?! Claro que vou, Amor. Vais concretizar o teu sonho.
─ Não é “o” meu
sonho, mas sim “um” dos meus sonhos.
─ Ai é?
─ Claro, Mary, este não é o meu sonho principal, não é o número 1.
─ Não?!
─ Nop, não é. ─
Respondi negativamente, parando a caminhada e olhei-a nos olhos. ─ O meu sonho
número 1, és tu: Mary Levy.
─ E tu és o meu,
Jake “O Destemido” O’Malley Moore.
─ Amo-te. ─ E declarando
uma vez mais o meu amor, abracei-a pela cintura. Ela enlaçou o meu pescoço,
puxando-me para si e ofereceu-me os seus lábios entreabertos, que eu beijei apaixonadamente.
Entretanto, como
já era tarde, acompanhei-a a casa. Na despedida, ela disse que ia com o seu
primo, o Mike, o meu melhor amigo e depois fui para a minha casa também.
“Portanto e
recapitulando, estava tudo bem. Sendo assim, porque não veio? Porque é que Mike
está sozinho??”, interrogava-me pensativo, tentando compreender. O que teria
acontecido com Mary?
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 22 de Setembro de 2013)
Olá Hiéli!
ResponderEliminarSê bem-vinda ao blog/livro Jake e Mary, uma apaixonante e envolvente história de amor.
Volta sempre!
Beijos
Oi Cris :)
ResponderEliminarFiquei curiosa,assim como o Jake,
afinal cadê Mary?!
Domingo saberemos!
Bjs.
Ah,muito legal sua entrevista no blog da Patricia!
Olá Clau, minha amiga!
EliminarEstou a escrever já o próximo capítulo. Comecei mais cedo, para estruturar bem a história.
Tentarei publicar o capítulo 16 na madrugada de domingo.
Obrigada pelo carinho e fico contente por teres gostado da entrevista.
Beijos
Ta ficando esperta sempre deixando o melhor pra semana que vem, que será que houve? ....to curiosa demais Cris...
ResponderEliminarOlá amiga e madrinha.
EliminarJake está triste com Mary, que não apareceu porque...
???
Bem, estou a escrever o porquê dela faltar.
Domingo, todos irão compreender o motivo.
Obrigada pelo apoio.
Beijinhos