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Capítulo 11
Olhos Nos Olhos
Chegámos de
madrugada a Huntington, Andy deixou-me à porta de casa.
─ Pronto, puto,
estás em casa.
─ Obrigado, Andy.
─ Vá, vai
descansar. Amanhã temos a tua prancha para fazer.
─ É verdade.
Amanhã, ou logo?
─ É logo, mas
como ainda não dormi, acabo sempre por dizer amanhã.
─ Pois, entendo.
A que horas queres que apareça?
─ Às 14h00, dá
para ti?
─ Sim, claro.
Vejo Mary de manhã e depois vou ter contigo.
─ Ok, então
ficamos assim. Até logo!
─ Tchau, Andy ─ e
a carrinha arrancou prosseguindo a sua curta viagem.
Abri o portão e parei,
olhei o céu estrelado. “Mary…”, murmurei baixinho. Estava com saudades dela. O
relógio marcava 4h30, não tardava muito para o sol nascer saudando o novo dia. Mas
ao mesmo tempo, sentia que faltava uma eternidade para estar com ela. “O que
fazer então? Vou dormir, ou vou ter contigo?”, questionei-me pensando em voz
baixa.
Saí pelo portão,
fechando-o atrás de mim decidido a ir até à janela do quarto dela. Depois, logo
veria o que faria. Se ela estivesse acordada, seria óptimo. No entanto, era
mais provável que estivesse a dormir. Ela não sabia que eu chegava hoje, nem
quando chegaria, por isso, não contava que estivesse acordada. O meu coração
batia descompassado, chamando o seu nome como se cantasse a mais doce das
melodias de amor.
Subi o muro da
casa dela e como estava ainda muito escuro, coloquei mal o pé e ao galgar o
muro esfolei a perna, ferindo-a. Gemi um pouco mais alto que devia, sentindo o
sangue morno escorrer da ferida. As luzes da casa acenderam-se e eu corri pelo
jardim, para me esconder. Olhei procurando a mangueira para me lavar, estava
perto do baloiço. “Óptimo”, pensei “assim, posso lavar-me”. De seguida a porta
abriu-se e eu encolhi-me atrás do roseiral, que ao agachar-me bruscamente, me fez picar o braço na
roseira. Olhei e vi um homem de meia-idade, de roupão de
seda azul-escuro e com pijama, com chinelos castanhos.
─ Quem está aí? ─
Perguntou.
Mantive-me em silêncio
e escondido.
─ Joshua, está aí alguém? ─ Ouviu-se uma
voz feminina, do interior da casa.
─ Eu pensava que
sim, pelo barulho. Contudo, não vejo ninguém, Hannah. ─ Respondeu o homem.
─ Deve ter sido impressão tua. Anda deitar-te,
ainda acordamos a vizinhança por nada…
─ Tens razão,
Hannah. Já estou a ir, Amor… ─ e voltou para casa, fechando a porta. Aguardei
que as luzes da casa se voltassem a apagar, para me lavar e sair rápido dali. Aquele
homem, devia ser o pai de Mary e a voz da mulher que se ouviu, devia ser da mãe
dela. Tinha de me despachar e ir-me embora o quanto antes. Não seria bom encontrarem-me ali àquela
hora da madrugada, conhecendo-me como namorado da sua única filha. Isto poderia
trazer problemas para nós, certamente.
Assim, mal se apagaram
as luzes corri cautelosamente até à mangueira, lavei-me e é ao fechar a torneira,
que alguém me toca no ombro. “Fogo, já fui apanhado”, exclamei em
pensamento.
─ Estás caçado!
Era Mary,
voltei-me para ela e beijei-a apaixonadamente.
─ Assustaste-me,
Amor!
─ Eu sei, fiz de
propósito! ─ Exclamou com um sorriso maroto. Vem comigo, ─ disse pegando-me
pela mão. Fomos para as traseiras da casa dela, onde estava a piscina.
─ Pensei que
estivesses a dormir.
─ Nãaaa, nem
podia mesmo. Sabia que chegavas hoje e, depois, chamaste-me. Eu ouvi.
─ Como assim,
ouviste? ─ Perguntei intrigado.
─ Vais dizer que
não me chamaste?!
─ Chamei-te em
pensamento, quando vinha para aqui. Não foi em voz alta!
─ Eu sei, Amor.
Eu senti, no meu coração. ─ E beijou-me saudosa. ─ Amo-te tanto. Nunca duvides
disso.
─ Claro que não,
Mary. Também te amo muito.
─ Agora deixa-me
tratar-te esses arranhões.
─ Vai doer…? ─
Perguntei a medo.
─ Não acredito
que me perguntaste se vai doer!
─ Porquê?
─ Simples,
pareces um bebé grande! ─ E riu-se troçando de mim. ─ Sim, vai doer um pouco.
Mas depois, eu dou beijinho e o doi-doi sara.
Abracei-a contra
o meu peito e olhei-a profundamente nos olhos.
─ Amo-te, Mary.
Para sempre.
─ Ena, ena! Isso
tudo é por te tratar do doi-doi, é, meu bebé?!
─ Não. Isto tudo é
por te amar. Tenho uma coisa para ti, mas não sei se vais gostar… ─ Introduzi a mão
no bolso e dei-lhe um anel. ─ Não é ouro, não tenho dinheiro para comprar-te
um desses, ainda. Mas é simbólico… Mary, queres namorar comigo? ─ Ajoelhei-me a seus pés
declarando-me.
─ É lindo, Amor!
Adoro e sim, quero namorar contigo, amo-te ─ e beijámo-nos apaixonados.
Meia hora mais tarde,
deitei-me feliz na minha cama. Mary, era minha namorada.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 18 de Agosto de 2013)
Bom dia
ResponderEliminarSão sempre maravilhosas as histórias de amor
Tenha um domingo feliz
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Olá Ricardo.
EliminarObrigada por estares a acompanhar esta história de amor.
Beijos
kkk que doido entrar assim na casa dela...mas achei lindo a parte que ela sentiu ele a chamar por pensamento...lindo capitulo.
ResponderEliminarOlá Madrinha!
EliminarFico feliz que tenhas gostado deste capítulo.
Jake, vinha cheio de saudades e não pensou muito bem no que ia fazer.
É a força do amor. :)
Beijinhos
Oi Cris!
ResponderEliminarMais um capítulo que gostei de ler.
Que bom que oficializaram o namoro;
mas acho que os pais dela não vão gostar...
Bjs e boa semana :)
Olá amiga Clau!
EliminarNa vida as coisas são como são e não como gostaríamos que fossem.
Fico feliz que estejas a gostar.
Obrigada.
Beijinhos