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domingo, 29 de setembro de 2013

Capítulo 17 - Na Gruta do Amor

Jake e Mary, http://jakeemary.blogspot.com/, Cris Henriques
Imagem aqui.

Capítulo 17


Na Gruta do Amor



Cheguei à nossa gruta à hora que Mary marcara através do seu bilhete. Meia-noite. Era noite de Lua Nova e estava escuro como breu, custava-se a distinguir o areal, o mar e as rochas.


Olhei na direcção onde Mary surgia sempre e aguardei que ela aparecesse, extremamente ansioso. No meu peito, o coração batia em sobressalto! Sentia-me tão nervoso e tão inseguro, como alguma vez me havia sentido. As dúvidas e o medo assaltavam-me pela primeira vez em relação a Mary… “E se ela não vier? E se não nos vermos mais? E se...”, mil pensamentos pairavam na minha mente, acordando o pânico dentro de mim, assim com o medo, sentimento estranho que desconhecia possuir, ou não fosse eu “Jake ─ O Destemido”.

Meia-noite e trinta, mostravam-me os ponteiros do relógio. Estava atrasada trinta minutos, será que ela ainda vinha? Sentia-me inquieto e confuso, mas ainda era tarde. Ela deveria estar à espera que todos adormecessem, para que pudesse sair de casa mais descansada, mais a mais agora, com um hóspede para atrapalhar os nossos encontros, como se não bastasse ter sempre os pais à perna vigiando todos os seus passos… “Ele não é somente um hóspede, é o priminho querido!”, ─ murmurei sem conseguir disfarçar os ciúmes que me queimavam o peito intensamente, sentimento esse que era novo para mim também. Sem que conseguisse controlar a minha mente, comecei a imaginar situações amorosas e eróticas, entre ela e o primo. Nathaniel Stein e Mary beijando-se ardentemente… Nathaniel Stein, despindo e acariciando o corpo desnudo de Mary, da minha Mary… “AHHHHHHH!!!”, gritei dando um murro com força na parede rochosa da gruta, ferindo a mão inevitavelmente.

A minha mente torturava-me, consumindo-me completamente em sentimentos de ciúme e uma raiva enormes. Não conseguia parar de pensar aquelas coisas, estava consumido, possesso! Chorei, desesperado… Ela não vinha.

No entanto, quarenta e cinco minutos após a hora combinada, Mary entra na gruta a andar com o passo apressado e a respiração ofegante. Ela abraçou-me e beijou-me, deixando-me sem folego. As minhas mãos, desembaraçaram-na das roupas com uma paixão desmesurada, cheia de um desejo imenso e vasto arrebatamento, levando-nos a fazer amor ali no chão frio e húmido, tão selvagem e furiosamente como nunca havíamos feito antes. Atingimos o orgasmo rapidamente, com esta nova forma feroz e apaixonada de fazer amor. Ao desaguar dentro dela, foi como a lava quente a sair de um vulcão em erupção. Nesse momento, Mary grita louca de prazer arranhando as minhas costas e mordendo-me o ombro, estremecendo com o duplo orgasmo que lhe proporcionei.

Ficamos em silêncio alguns momentos, onde ouvimos o mar açoitando as rochas como se com elas estivesse a lutar e depois, ouvíamos o mesmo mar chegar à areia da praia mais sereno. Era como se o mesmo mar estivesse a abraçar a areia e os dois estivessem a fazer amor também.

Deitada sobre o meu peito e acariciando-o, Mary disse:

─ Desculpa, Amor, por não ter podido vir ver-te. Ficaste zangado comigo?

─ Não, Amor. Senti-me foi um bocado triste e desiludido.

─ Eu queria mesmo vir, sabes quando me comprometo com alguma coisa, vou até ao fim.

─ Sim, Amor, eu sei. Quando li o teu bilhete e falei com Mike, compreendi porque não vinhas.

─ O Mike contou-me que tiveste uma prestação excelente nas provas, mas que na última estavas meio desconcentrado.

─ É verdade, foi quando percebi que não vinhas mesmo… Mas deixa lá, ainda tenho amanhã e domingo para recuperar. Vai correr tudo bem, não te preocupes! ─ Exclamei piscando-lhe o olho, cheio de optimismo e fé.

─ Tu és óptimo no surf!

─ Só no surf? ─ Perguntei voltando-me para cima do seu corpo nu, que ainda estava quente de termos estado a fazer amor. Ela beijou-me cheia de paixão e, ao sentir-me novamente com uma enorme vontade de a possuir, gemeu no meu ouvido dizendo com uma voz doce para tomá-la outra vez, abraçando-me com as suas pernas.

─ És óptimo a amar-me, principalmente… ─ Beijou-me intensamente e pediu ─ Vem, Amor… Sou tua.

─ E eu, todo teu… ─ disse, por entre beijos e carinhos ousados por todo o seu corpo.

Fizemos amor docemente, como para recuperar das saudades e pelas horas que não estivéramos juntos. O clímax foi alcançado em pleno, primeiro por ela e depois por mim.

─ Saudades tuas, ─ murmurou minutos depois de terminarmos, mais saciados enquanto repousávamos nos braços um do outro.

─ Amor, não sei como, mas os meus pais descobriram que nós namoramos. Fizeram-me uma infinidade de perguntas sobre nós… Eu tentei falar de ti, do nosso amor e dos nossos sonhos.

─ E eles?

─ Dizem que não podemos ficar juntos, porque tu não és da nossa religião.

─ Não sou, é verdade; mas tenho pensado muito nisso e tomei uma decisão, Amor!

─ E que decisão tomaste?

─ Vou converter-me à tua religião, ao judaísmo. Assim já podemos estar juntos, casar e criarmos a nossa família. Arranjo um trabalho e estudo judaísmo.

Mary, sentou-se e ficou calada. Indignado com a sua estranha reacção, perguntei-lhe:

─ O que foi? Disse alguma coisa errada?

─ Não, ─ respondeu com voz de choro.

Sentei-me também e abracei-a.

─ Não chores, Amor. Vai tudo correr bem, vais ver. ─ Murmurei beijando-lhe as mãos. ─ Não te aflijas. ─ Disse sorrindo para ela.

─ E o surf, Jake?

─ Então, fica a ser um hobby apenas. Um homem pode ter um hobby, ou não?

─ Mas Amor, é o teu sonho…

─ Não, foi o meu sonho. Já não é, isso está agora no passado. Mary, o meu sonho és tu.

─ Amo-te muito, ─ disse Mary beijando-me com amor.

─ Eu também, Mary, já pensei em tudo e falei com os meus pais…

Então, contei-lhe o plano que elaboramos e no fim, depois de ouvir tudo atentamente ela aceitou. Assim, tudo se resolveria e nós ficaríamos juntos. Ia tudo correr bem.

Depois perguntei-lhe acerca de Nathaniel Stein, imediatamente ela percebeu os meus ciúmes e não conseguiu conter o riso. A seguir, pediu-me desculpa e explicou-me que o primo era como um irmão mais velho, daí a proximidade e o carinho existente entre eles. Disse que ele vinha apenas passar uns meses em Huntington, na tentativa de aliviar a tensão e o stress pós-traumático da guerra do Vietname. Disse que eu ia gostar dele, que iriamos ser bons amigos quando o conhecesse.

Respirei profundamente e ela riu-se novamente:

─ Tontinho, eu amo-te, de contrário não estaria aqui arriscando o meu pescoço, não te parece?! Tolo! ─ E dizendo isto beijou-me, sentando-se ao meu colo. Os beijos tornaram-se novamente intensos e subitamente, ela tomou o controlo da situação, empurrando para trás para me deitar e fizemos amor carinhosa e simultaneamente com ardor, as chispas da paixão eram emitidas dos nossos corpos vibrantes e tornamo-nos um.

Quatro da manhã, foi a hora que nos despedimos. Desta vez, não me deixou que a acompanhasse até à porta da sua casa. Tinha receio que os seus pais nos vissem juntos. Então, despedimo-nos na casa ao lado da dela e fiquei a vê-la de longe, entrar no seu portão. Depois, fui para casa dormir.

O dia seguinte seria deveras importante, devido ao segundo dia do campeonato de surf, ao jantar na casa dela e também à execução do nosso plano.



CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 6 de Outubro de 2013)

3 comentários :

  1. Cris, sempre passando por aqui e prestigiando... a música fechou com chave de ouro! Um abraço!

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  2. Olá pessoas!
    Estava um pouco distante das visitas, mas agora dpois de concluido os trabalhos, voltando aos poucos e me interagindo com o que perdi nesses tempo todo fora. Vou ler tudo com calma.
    Bom estar por aqui, adoro este cantinho de vcs.
    bjs
    Ritinha

    ResponderEliminar
  3. Oi Cris,
    Pensei que Mary não fosse comparecer ao encontro na gruta!
    Agora estou imaginando como será à execução do plano do casal...
    Bjs!

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